50º aniversário da reconstrução do Castelo Real de Varsóvia
17.09.2021
O Castelo Real de Varsóvia, símbolo do Estado polaco, durante a Segunda Guerra Mundial foi saqueado e sucessivamente destruído, finalmente explodido pelo exército alemão em setembro de 1944. Após muitos anos de incerteza sobre o destino do edifício e um longo período de suspensão da reconstrução pelas autoridades comunistas, a decisão de reconstruir o edifício foi tomada em janeiro de 1971 e, na primavera, teve início a reconstrução do Castelo Real de Varsóvia.
Em reconhecimento ao esforço de reconstrução, a Cidade Velha e o Castelo Real de Varsóvia foram inscritos na Lista do Património Mundial da UNESCO em 1980. Em 31 de agosto de 1984, o Castelo foi oficialmente aberto ao público. Graças à total dedicação ao trabalho e ao extraordinário empenho de todos os envolvidos nas obras, hoje podemos admirar os fragmentos originais cuidadosamente integrados nos interiores restaurados.
Após o fim da guerra, durante as obras no Castelo Real, foram escavados e protegidos vários milhares de detalhes arquitetónicos. Os elementos preservados e a documentação original permitiram planear a reconstrução do Castelo. Apesar da Resolução do Sejm (Câmara Baixa do Parlamento polaco) de 1949 sobre a reconstrução do edifício, a decisão de iniciar as obras foi adiada. Criaram-se projetos que visaram avançar com a reconstrução da estrutura, entre outros no estilo realista histórico ou socialista e dedicar o edifício, por exemplo, ao serviço das autoridades nacionais, como a sua sede.
Em 1954, foi anunciado um concurso para a reconstrução do Castelo. Como seu resultado, foi escolhido para a realização o projeto da equipe do prof. Jan Bogusławski, que promoveu a reconstrução de forma histórica. Infelizmente, em 1961, por decisão das mais altas autoridades do partido comunista, todas as obras foram suspensas e a área foi limpa. Os vestígios do edifício histórico eram apenas os contornos das paredes e fragmentos de ruínas deixados para trás. Houve silêncio sobre o castelo por muitos anos.
A decisão de reconstruir o castelo foi tomada em Janeiro de 1971. Foi nomeado o Comité Cívico para a Reconstrução do Castelo Real (OKOZK) cuja tarefa foi gerir as obras. Na primavera, começaram as obras comunitárias relacionadas com a preparação do canteiro de obras e, em 17 de setembro de 1971, foi lançado o primeiro tijolo. Em julho de 1974, a primeira etapa da reconstrução foi concluída com a montagem do relógio e do telhado inclinado na Torre do Relógio - a construção inacabada. Nos anos seguintes, foi realizado um trabalho árduo de recriação dos interiores históricos, entregues ao público em agosto de 1984.
A decisão de reconstruir o Castelo - aguardada pela sociedade há muito tempo - foi recebida com total entusiasmo. Segundo os pressupostos, todas as obras de reconstrução da estrutura e o restauro do interior do Castelo seriam financiadas com fundos sociais. Imediatamente, os pagamentos de particulares, instituições e organizações sociais começaram a fluir para uma conta criada especialmente para este objetivo.
Uma forma adicional e mais popular para arrecadar fundos era através de caixas de dinheiro feitas em esforço comunitário, que surgiam em muitas cidades polacas. Dinheiro e pequenos objetos de valor eram deixados em pequenos cofres. As doações recolhidas foram transferidas para o fundo de reconstrução. O cofrinho do Largo do Castelo, que permanece no Castelo, tornou-se o símbolo dessa recolha.
Após as divisões e apartamentos reais do castelo reais foram disponibilizados aos visitantes, procedeu-se de forma sistemática às obras de recriação de todo o complexo do Castelo Real. Ao mesmo tempo, prosseguiram os trabalhos de decoração de interiores, que estão a regressar ao seu antigo esplendor graças a generosas doações, compras de obras de arte e reconstruções.
Hoje em dia, o Castelo Real de Varsóvia - a antiga residência dos reis da Polónia - é principalmente um museu de interiores e um local para apresentar valiosas coleções de arte. O castelo continua a ser constantemente um símbolo da soberania polaca, ao mesmo tempo, adaptando as suas funções às atuais necessidades sociais.